No coração da Turquia, próximo à histórica cidade de Mudurnu, ergue-se um cenário que mais parece saído de um conto de fadas: o Burj Al Babas. Este empreendimento imobiliário, iniciado em 2014 pelo Grupo Sarot, visava construir 732 mini-castelos idênticos, inspirados na arquitetura europeia, com um investimento estimado em 200 milhões de dólares. Cada residência, com torres pontiagudas e fachadas brancas, prometia luxo e exclusividade aos futuros proprietários.
O projeto não se limitava às moradias. Planejava-se a construção de um shopping center, parque aquático com toboáguas e riachos, além de instalações de bem-estar com piscinas internas, banhos e saunas. As casas, comercializadas entre 370 mil e 530 mil dólares, atraiam investidores, especialmente do Oriente Médio.
Contudo, em 2018, o sonho começou a desmoronar. As vendas caíram drasticamente, e o Grupo Sarot enfrentou dificuldades financeiras. Mehmet Emin Yerdelen, presidente do grupo, revelou que não conseguiram receber cerca de 7,5 milhões de dólares pelas vilas vendidas para países do Golfo. A empresa solicitou proteção contra falência, mas o recurso foi negado.
Apesar dos desafios, Yerdelen manteve o otimismo, afirmando que vender 100 das 250 vilas concluídas seria suficiente para quitar as dívidas e finalizar o projeto. Ele projetou uma recuperação em quatro a cinco meses, com abertura parcial em 2019. Entretanto, essas expectativas não se concretizaram. Em 2022, o desenvolvimento permanecia estagnado, com 587 estruturas inacabadas e nenhuma casa pronta para habitação.
Hoje, o Burj Al Babas é uma cidade fantasma, com fileiras de castelos idênticos e inacabados que contrastam com a paisagem turca. O empreendimento abandonado representa um investimento significativo que ainda não cumpriu seu propósito, com centenas de casas parcialmente construídas aguardando conclusão.
A história do Burj Al Babas serve como um lembrete dos riscos associados a projetos imobiliários ambiciosos sem planejamento financeiro adequado. O cenário surreal dos castelos vazios continua a intrigar visitantes e fotógrafos, simbolizando sonhos não realizados e a fragilidade de empreendimentos grandiosos.
